Não estará todo o ser humano, a tentar construir uma casa interna, uma casa segura, que o contenha e onde possa ser forte e frágil, onde se sinta amado, onde possa crescer e sonhar?

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Sempre que penso em terapia, a palavra “Casa” vem-me à cabeça. Desde o desejo, à imaginação,  à concepção da planta, à escolha dos seus materiais, sejam eles para tornar a casa mais forte, mais segura ou mais bonita.

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Infelizmente as exigências do dia a dia tornam este processo de construção cada vez mais difícil.
Fala-se muito da pressão que existe para sermos super pais, e eu acredito que a pressão se estende para além disso, temos de ser super maridos/mulher, super donos de casa, super profissionais, super colegas, super amigos... Num mundo de superes em que todos são especiais, não o ser, é o que passa a ser especial.

Precisamos de relações e estratégias que nos ajudem a descomprimir e a simplificar. É preciso reaprender a encontrar a felicidade sem super poderes!

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Pensamos, muitas vezes, que nos conhecemos bem, e ao longo da vida, com os desafios que surgem, com as relações que criamos e recriamos, percebemos que há partes de nós, da “nossa casa”, que nos eram desconhecidas, recantos que estavam selados, partes da casa que ainda não estavam totalmente construídas ou que não existem e precisam ser pensadas, elaboradas. Outras vezes, partes da nossa casa precisam de ser reabilitadas e/ou remodeladas.
Do meu ponto de vista, é suposto que assim seja, que essa viagem de conhecimento, descoberta, transformação e construção, aconteça ao longo da vida, e possa mudar de rumo, de perspetiva, consoante a fase da vida em que estamos.
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Acredito que é na Relação que o poder de transformação existe, começa logo cedo, na barriga da nossa mãe. É nela que crescemos, é nela que somos permitidos a sonhar, a criar e a “esperançar”.

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